Julho Verde é o mês de conscientização mundial sobre os tumores de cabeça e pescoço, que representam o nono tipo de câncer mais incidente no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Tumores de cabeça e pescoço são aqueles que atingem tireoide, boca, garganta, laringe, faringe, traqueia e região nasal, mucosas e ossos da cabeça e pescoço.
A boa notícia é que, quando um câncer é detectado no início, são grandes as chances de sucesso no tratamento.
Prevenção
Diferentemente de alguns tipos de câncer, cujas principais causas não são conhecidas, os tumores de cabeça e pescoço têm seus principais fatores de risco bem estabelecidos:
- Tabagismo
- Etilismo e alimentação inadequada
- HPV (papilomavírus humano)
Por isso, recomenda-se não fumar, beber com moderação e não praticar sexo sem proteção. Segundo estudo publicado na revista científica International Journal of Cancer, 32% dos tumores de boca em jovens têm associação com o papilomavírus (HPV). Por isso, a vacinação conta o HPV também tem importante papel na prevenção contra a doença.
Ingerir diariamente carne vermelha em grandes quantidades também pode facilitar o aparecimento de tumores na boca ou na garganta, principalmente quando preparada em churrasqueiras, devido aos elementos carcinogênicos presentes no carvão. O consumo ideal de carne é de duas a três vezes por semana e recomenda-se variar a forma de preparo, além de incluir verduras, legumes, frutas e grãos na alimentação.
Além disso, para afastar o risco não apenas dos cânceres de cabeça e pescoço, mas também de outros tipos de câncer, faça atividade física, previna-se contra a obesidade e não deixe de realizar exames médicos periodicamente.
Sinais e sintomas
Os sintomas a seguir, podem sugerir a existência de câncer. Por isso, é importante consultar o médico se qualquer um desses sintomas persistir por mais de duas semanas, para que o profissional avalie a necessidade de pedir outros exames para confirmação diagnóstica.
- Feridas e aftas na boca que não cicatrizam
- Dores e inchaços na boca
- Nódulo ou espessamento na bochecha
- Área avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua, amígdala ou palato
- Irritação na garganta ou sensação de que alguma coisa está presa ou entalada
- Dificuldade para mastigar ou engolir
- Dificuldade para mover a mandíbula ou a língua
- Dormência da língua ou outra área da boca
- Dor ou inchaço da mandíbula que faz com que próteses percam o encaixe
- Dentes que ficam frouxos ou moles sem causa aparente
- Rouquidão e/ou mudanças na voz
- Nódulos ou gânglios aumentados no pescoço
- Sangramento ou obstrução nasal
- Perda de peso
- Mau hálito persistente
Vacina contra HPV: uma importante forma de prevenção
O HPV é responsável por 75% dos casos de câncer de amígdala e 32% dos de boca; apenas 22% dos meninos estão imunizados.
Atualmente, homens cada vez mais jovens e sem os fatores de risco clássicos – tabagismo e consumo excessivo de bebida alcoólica – são acometidos por tumores de boca. O motivo é o mesmo que alarmou as mulheres no início dos anos 2000: o papilomavírus humano (HPV).
Para fazer frente a essa realidade, existe uma arma eficaz e segura: a vacina, que deve ser aplicada nos jovens, pois a eficácia é maior nesta faixa etária, e é capaz de proteger contra a maioria das infecções pelo HPV. Contudo, apesar de distribuída inclusive pela rede pública desde 2017, apenas 22% dos meninos no Brasil estão devidamente imunizados, segundo o Ministério da Saúde.
Desde os anos 2000 já é usual, tanto na rede pública quanto na privada, a vacinação de meninas contra HPV. Isso porque as cepas do vírus são causadoras de quase todos os casos de câncer de colo do útero. Contudo, o HPV tem a característica de se instalar em tecidos epiteliais e mucosas. Ou seja, não está presente apenas no colo uterino.
É notório que o HPV é o responsável por 90% dos tumores de ânus e por cerca de metade dos de pênis, além dos casos de câncer de cabeça e pescoço, diretamente relacionados ao sexo oral sem proteção. Vale ressaltar que os cânceres de boca, apresentam cerca de 400 mil casos ao ano e 230 mil mortes em todo o mundo.
Em países como Reino Unido e Austrália cuja a adesão à vacinação alcançou a maioria do público-alvo, a previsão é erradicar o câncer de colo do útero até 2030.
Alguns relatos de doenças autoimunes, vasculares e neurológicas deliberadamente divulgados na internet após a vacinação, criaram alarde na população, o que diminuiu a adesão de pacientes de ambos os sexos. Especialistas, no entanto, advertem que tais conclusões são equivocadas. Não há como relacionar os casos isolados com a vacinação. A ideia de que a vacina poderia funcionar como gatilho para o surgimento de doenças é falsa.
A vacina é totalmente segura e aprovada pelo Conselho Consultivo Global sobre Segurança de Vacinas da OMS. É preciso desmistificar ideias com como essa.
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